e os olhares que escondem dores tão profundas,
encontro nos mais belos desenhos de crianças enlutadas
um mapa da sua alma, uma jornada inacabada.
São casas que desmoronam e renascem menores,
carrinhos quebrados que esperam concertos,
sementes que desafiam o solo seco da perda,
crescendo árvores que abrigam saudades.
Entre as terras do cerrado, um sol quente que brilha
entre as águas do rio Tocantins, um frescor de esperança
entre um encontro e outro, uma escuta como um caminho
um brincar que transforma um lugar acolhedor
A dor da ausência pulsa em cada desenho,
mas é na brincadeira, na fantasia,
que a vida se reinventa, insistente,
e o luto encontra um sopro de poesia.
É nesse espaço transicional de cor e sombra
que a escuta ganha forma e o cuidado, raízes.
Pois, em cada história contada ou silenciada,
há uma criança que ensina, mesmo na dor,
a infinita capacidade de criar novos mundos.
A coragem de brincar na dor escondida
diante da morte e das perdas das crianças
É um convite a olhar com a profundidade
o lugar que o afeto nos permite ser,
tecendo entre narrativas, desenhos e estórias
onde há falta, e vida onde há vazio.
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